9.2.05

A virgindade das coisas

O termo "virgem" está associado a vários elementos no nosso dia-a-dia. Após exaustivos trinta segundos a pensar no caso, decidi-me a desmascarar algumas das virgindades que nos rodeiam, ao melhor estilo do nosso caríssimo Pedro nos tempos do Secundário:

- Lã: quantas e quantas vezes nos deparamos com peças de vestuário feitas de "pura lã virgem"? No fundo o que significa isto? Que a lã provém duma ovelha que nunca foi penetrada na vida? E se a penetração propriamente dita em vez de ter sido efectuada por um carneiro, tiver sido por um pastor a quem a solidão da vida no campo tenha falado mais alto do que o bom senso (dado que estará logo ali a estragar o potencial de virgindade daquela lã), também conta? Ou será o critério semelhante ao de certas pitas que preferem passar anos e anos a levar na peidola de modo a alegadamente poderem casar "virgens"? E como se designará o outro tipo de lã que não o "virgem"? "Lã toda fodida"? Imaginem isto nas etiquetas...

- Azeite: o caso do azeite virgem e até do extra-virgem parece-me mais um caso de designação não por uma questão de origem, mas por uma questão de finalidade. Ou seja, conhecidas que são as propriedades viscosas do azeite, estamos perante um bom auxiliar de penetrações arriscadas, como é o caso das virgens. Ao que o azeite virgem servirá para a virgem "average", devendo-se recorrer ao azeite extra-virgem só em caso de a situação ser mesmo muito "apertada", ou no caso da miúda estar armada em fiteira e não parar de se lamuriar que lhe dói e o catano...mas neste caso uma mordaça e/ou uma corda também podem operar milagres.

- CDs: os CDs mesmo que apelidados de "virgens" não são de fiar, dado que logo à nascença vêm com um buraco que cabe lá um dedo...e toda a gente sabe que onde cabe um dedo, cabem pelo menos 650MB, é só uma questão de tempo e andamento...

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