Conclusões após o dia de reflexão
O povo português não sabe decidir para que serve o voto útil. Aliás, o grande problema, é que ninguém gosta de votar no perdedor. Ninguém quer arriscar. Toda a gente prefere o voto seguro. O pensamento geral é algo dentro dos seguintes moldes: "Eles são maus, votei neles e sei que são maus, mas os outros não sei quem são ou o que são, portanto mais vale votar nos maus. Ao menos assim já sei com o que contar". Esta será a linha de pensamento tanto à direita como à esquerda, independentemente da força política.
Ninguém quer votar no perdedor. E tem sido assim todos as eleições. Ninguém vota para uma mudança. Por muito pequena que ela seja. Quem vota, vota para para garantir que o centro volte a ganhar, e volte a fazer o mesmo, com os mesmos mecanismos, mas com outros nomes e outras caras. O nosso historial eleitoral é como uma pessoa que pela primeira vez vai ao Casino jogar à Roleta. Como não sabe, prefere não arriscar. Às vezes aposta no vermelho, outras no preto. Nunca vai aos números. Para quê arriscar? Tem mais probabilidade de não perder o seu dinheiro...
Estamos num momento difícil (só para não dizer complicado) da nossa história como país. Para "ajudar", tivemos uma campanha fraca, com demasiadas picardias, e tal como acontece na Assembleia, mal foram discutidas ideias. O acordo com a Troika está redigido e assinado. Certo! Mas há mais para fazer. Muito mais! Mas nada disso foi falado, nada disso foi discutido, nada disso é importante.
Os meus desejos para as eleições de hoje são três:
1- Que pela primeira vez haja uma votação histórica, e que a abstenção fique num número reduzido. Num dia bom, algo abaixo dos dois dígitos, mas isso é estar a pedir a Lua.
2 - Que haja uma maior representatividade dos pequenos partidos na Assembleia. Que mais partidos tenham voz naquele circo de feras mansas.
3 - Que contas feitas, acabe por não haver uma maioria absoluta. Seja à direita, ao centro ou à esquerda. Nem mesmo com acordos simbióticos entre o PS / PSD e o "desejo de poder" do PP (Tanto do partido, como do seu líder).
Depois de pensar, vou fazer aquilo que me deve, e que sempre cumpri: Vou votar.
Espero que façam o mesmo!