5.1.06

Living is easy with eyes closed...

Acompanho o Estoril, tanto em casa como em alguns jogos fora (recusei-me a ir ao Algarve, se isso puder interessar de algum modo...merda por merda, tinha um convite para o Galp Energia no Pavilhão Atlântico, que sempre era mais perto de casa) desde muito pequeno. Se pudesse ser aplicado um termo similar a homicídio para clubes de futebol, o filho da puta do Veiga acabou de consumar um. Nunca foi convenientemente explicada a venda fictícia dos 80% que detinha na SAD a duas empresas "estrangeiras" que toda a gente no clube (incluindo a direcção da SAD lá colocada por ele) sempre soube sem nunca querer realmente admitir serem offshores do Veiga. Mais ou menos como pegar no maço de tabaco que tenho neste momento no bolso esquerdo das calças e vendê-lo ao meu bolso direito. Tudo isto porque parecia mal as ditas acções continuarem no nome dele após ele ter assumido publicamente a função que já desempenhava no Benfica há bastante tempo (embora na sombra).

Acompanhei os últimos anos de uma maneira suficientemente próxima para ter conhecimento do poder do gajo. A subida meteórica do Estoril da II B à Superliga nas duas épocas seguintes à entrada do Veiga na SAD pode ser definida por uma frase do próprio Veiga proferida uma vez no balneário: "Preocupem-se só em jogar, que dos árbitros trato eu". Já dizia o outro "if I can make it there, I'll make it anywhere"...

A infame época passada já era catalogada no corredor dos camarotes do António Coimbra da Mota como "o velório"...adivinhava-se o enterro a qualquer momento. Ficam como memórias tristes (para mim) tanto o tão falado jogo no Algarve como o jogo da primeira volta na Luz, no qual o Estoril estava empatado ao intervalo, facto que motivou uma ida do director-geral da SAD do Benfica (sim, esse) ao balneário da equipa visitante, para relembrar o plantel de quem lhes pagava o ordenado (pois, o próprio)...Alguns jogadores revoltaram-se com a "requisição de derrota" pedida pelo Veiga, mas a "verdade do patrão" acabou por vir ao de cima. O mesmo se pode aplicar ao comportamento da equipa técnica (Litos e Carlos Xavier) no jogo do Algarve.

Esta época foi demasiado confusa para eu conseguir organizar o raciocínio no pouco tempo que tenho. Assembleias-gerais, demissões na direcção, aliciamentos de pessoas da direcção do clube para arder na fogueira da SAD, o patrão que "fechou a torneira", os seus "enviados" que (até eles) já se sentiam defraudados com a situação, os possíveis salvadores que ameaçavam aparecer mas que mal eram esclarecidos sobre algumas verdades ocultas das contas do clube, fugiam a sete pés...Acabou assim, era inevitável. Não fomos os primeiros, não havemos de ser os últimos. Mas não deixa de ser triste. Nem eu deixo de querer, no mínimo, fazer um dia ao Veiga o mesmo que ele mandou fazer ao outro tótó no aeroporto ainda há dias.

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