16.9.08

It's up to me now

Chegar a NY, descarregar a mala e sair a correr para ver os Kooks na Apple Store do SoHo. Regresso a casa com mail da Ticketmaster na caixa a dizer que por um erro deles os meus bilhetes para ver Oasis tinham sido cancelados. Desespero. Com meia dúzia de ameaças ao longo de 48 horas, são-me devolvidos, cerca de cinco minutos antes do anúncio oficial do cancelamento do concerto. Se não estivesse tão habituado a ter que lidar com desilusões monstruosas, matava alguém. Prémio de consolação: dois concertos fabulosos do Paul Weller, o segundo numa sala pouco maior que o Alquimista, com a cereja no topo do mal menor Come On/Let's Go aos saltos com o Liam, a berrarmos a letra na tromba um do outro. Saída para uma festa de couchsurfing. Um gajo que diz que consegue definir todos os momentos da vida por canções dos Radiohead desaparece com uma miúda que fala de Bright Eyes e Death Cab for Cutie. No zodíaco musical estas duas espécies estão destinadas a one-night stands sem significado para a parte feminina da questão.. De repente são 6 da manhã e eu e o meu novo melhor amigo dessa noite, um francês que ia comprar uma Les Paul de 68, estamos a tocar Black Rebel Motorcycle Club e Libertines num pátio com mais 30 pessoas e os vizinhos ameaçam chamar a polícia. Boredom killer: subir pelas escadas de emergência dum prédio de 20 andares para ver o nascer do sol.

Ressaca de diversão: a sensação que se segue a uma noite anormalmente divertida. Caracteriza-se por um estado semi-depressivo alimentado por pensamentos do tipo "isto foi das noites mais memoráveis da minha vida. Durante meses (ANOS!) não me vou voltar a divertir assim! Que merda!"

Outras notas de destaque: um clube chamado Lit, um buraco de 2 andares com malta à la Lux, onde passa desde Radiohead a Bonnie Tyler, passando por Smiths (Stop Me If You Think You've Heard This One Before, the "soulmate" song), The Cure e Television. À saída passar na Apple Store para arranjar o iPhone às 5 da manhã. The city that never sleeps, eh? No dia seguinte alugar uma bicicleta e tentar voltar a andar, 9 anos depois, logo pela 5a Avenida e Broadway abaixo. Sem capacete. Sem amor à vida. Sem preocupações de destaque. Raro. Fantástico. Central Park South com o trânsito encalacrado, carros parados, pessoas a ocupar 2 faixas de rodagem, polícia, câmaras de televisão. A Céline Dion a sair dum hotel. Get a life y'all! À noite house-party dum amigo duma amiga que é o melhor amigo do ex dela. São todos bailarinos, um deles é igual ao gajo dos Scissor Sisters. A noite acaba com metade dos convidados a dançar o Lago dos Cisnes ao som de Sonic Youth e afins, a outra metade já com as mãos por dentro das calças uns dos outros, ex-namorado da minha amiga incluído. Hora de fugir. Para o outro lado do oceano, onde desta vez não perdi ninguém. Para variar. Também não tinha para perder, diga-se.

2 comentários:

Anónimo disse...

E por sorte não apanhaste o 11 de setembro

wallbanger disse...

Passei lá o nainiléven, sim.