Don't you know who they think they are?
(Toranja vs. Blitz)
Soube ontem da nova grande polémica do meio musical português: basicamente alguém do Blitz chamou aos Toranja qualquer coisa como um caso de plágio não punido por lei (relativamente ao Jorge Palma), ao que o manager dos Toranja respondeu processando o Blitz por difamação.
Pessoalmente acho que não há equívoco possível no que toca a defender os Toranja. Não apenas pelo facto de gostar da banda (como já referi aqui várias vezes, acho que são a melhor banda portuguesa desde o fim dos Ornatos) e de ter ficado com a impressão de que são extremamente boas pessoas para além do talento e da competência com que fazem o que fazem. Ora aqui reside a principal distinção.
Acontece que o Blitz é um jornal cretino, prepotente, que arrota postas de pescada do cimo do monopólio que detém no seu formato. Como que um cão raivoso que morde as várias mãos que o alimentam, tanto quem faz a Música que lhe dá razão de existir, como quem o compra e lhe dá meios de subsistência (por exemplo, nem ao mais reles tablóide ocorreria a abertura duma secção de correio de leitores em que após cada missiva publicada os editores têm a oportunidade de destilar os seus maus fígados, ridicularizando quem compra o jornal e perde algum do seu tempo a querer contribuir com a melhor das intenções para alguma mudança). Acontece que o Blitz deixou de ser O jornal de Música para se tornar no último bastião de alguns dos mais esbofeteáveis pseudo-adiantados-mentais disfarçados de jornalistas musicais.
Pelo pouco que tive oportunidade de conhecer de alguns elementos da banda, os Toranja (como outras bandas) têm uma postura de "gajos porreiros" em relação a quem os agride (porque é de uma agressão que se está a falar. Crítica é outra coisa completamente distinta). São mesmo assim, faz parte do feitio deles. O Tiago tem quase sempre aquela postura em palco de quase se sentir na obrigação de pedir desculpa por estar a ter o sucesso que no fundo merece. E se alguém no meio hoje em dia podia usar de alguma arrogância, eles seriam perfeitamente elegíveis para tal.
Esta postura quase que lhes deixou como única resposta possível a esta situação o recurso aos tribunais. A outra passaria pela violência física. Esta segunda hipótese (a que eu chamo a abordagem Gallagher) é-me bastante mais convidativa por dois motivos: primeiro porque ninguém ou quase ninguém a usa; segundo, porque eles andam a pedi-las há demasiado tempo. Talvez aí começassem a perceber a verdadeira ordem de prioridades e, consequentemente, a sua real importância. Porque o destaque tem de estar sempre na MÚSICA, nunca no mais recente recurso estilístico inventado por um qualquer parasita para ridicularizar tanto a Ela, como a quem A faz, consome, aprecia, vive de e/ou para Ela. Tudo com o mero intuito de nunca, mas mesmo nunca, passar entre os colegas de cartel por um "softie" qualquer. Só isso os move, só a cotação entre os pares lhes importa, o que torna qualquer tentativa de razoabilidade em relação ao Blitz numa espécie de negociação com terroristas. E com terroristas em relação à Música, ainda por cima mal camuflados, desculpem-me lá mas não contem comigo para negociar.
Sem comentários:
Enviar um comentário