31.5.04

Mindchanger

Eu sei que me insurgi algumas vezes contra o Rock in Rio (e espero poder continuar a insurgir-me), mas precisava de dizer que o concerto do Paul McCartney fez-me amaldiçoar todo e qualquer momento em que pensei na eventualidade de não ir ver. Tal como os Stones, é a História da Música em exibição mas, neste caso particular, é a parte da História que me interessa, que me emociona, que me fez (e faz) querer fazer música. Ao que parece, Sir Paul deve ter acusado o toque com a morte do George, daí este novo conceito de digressão, com passagens por países onde nunca tinha tocado antes e com mais de metade (eu diria até 3/4) do set ocupado com canções dos Beatles, algumas raramente tocadas ao vivo (e.g. In Spite of All the Danger), um tema do George Harrison a solo (All Things Must Pass), apenas alguns temas dos Wings (os verdadeiramente dignos de realce, como Jet, Band on the Run e Live and Let Die, este último mais chegado à versão dos Guns n Roses do que propriamente ao original) e pouco dos seus trabalhos a solo. A banda que o acompanha - como seria de esperar - é extremamente competente, com realce para o cuidado em samplar os metais que figuravam nos temas dos Beatles da forma mais fiel possível, ao ponto de em certos momentos se poder fechar os olhos e eram os próprios Beatles quem lá estava.
Não vou perder muito mais tempo a tentar arranjar palavras para descrever o concerto. É algo para sentir, para estremecer por dentro, para limpar a lágrima ao canto do olho, para não se ter vergonha de ela ter saído, para aprender, para lembrar para sempre.

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