30.11.07

Postcards from nowhere

Ao fim de uma semana o frio já nem chateia tanto. Keep walking. Sempre aquece. Anda-se um dia inteiro e quando se dá conta viu-se uma rua, talvez duas. Ainda não sinto que fosse capaz de ficar, a cidade pode ser minha (como é de toda a gente) mas eu posso nunca ser da cidade e aí o problema é meu. A música não me convence, quando não são músicas de natal é o are&bi da ordem ou sub-produtos dos Nickelback e ainda é pior. Valha-me a jukebox do bar à frente da CNN, sempre posso disparar Shins e Clientele e Oasis e Jeff Buckley porque esta malta tem que ser educada de qualquer maneira e eu tenho saudades para tentar matar nem que seja por música. Ou Skype. Love through a computer screen, menos mau. Tentar não pensar demasiado, o melhor conselho de sempre. Agora segui-lo é mais difícil. Dói-me qualquer coisa que não sei bem o que é, talvez o oceano que está pelo meio. Ontem apaixonei-me. Por 47 guitarras e 8 amplificadores. Também sou estúpido por querer experimentar, mas aqui ninguém faz má cara e sempre posso dizer que tive nas mãos mais dinheiro do que custou a minha casa. Se a futilidade matasse eu não morria de hipotermia? Hoje Boss jeans mais baratas do que a Ben Sherman e Adidas Gazelle red-is-the-new-blue. Passagem por Times Square para ver se um dos magnificos ecrãs gigantes de última geração ainda exibe uma mensagem de erro do Windows e talvez experimentar o elevador para o restaurante panorâmico do Marriott Marquis. Supositório supersónico, 0-47ºandar em meio minuto. Talvez ver a árvore de natal do Rockefeller Center, que anteontem era uma confusão terrível para ver a cerimónia solene do "acender das luzes". Oooooohh! O primeiro milho é para os pardais, e os pardais aqui são gordos, em vez de "piu" imagino que digam "yo, nigga!". Ninguém passa fome em NY, excepto um coração broken down and hungry for your love with no way to feed it...

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