27.1.04

Ainda...

Acabei de ler o post do Pedro Mexia intitulado "o que fazer desta morte?" e senti-me de certo modo reflectido, talvez mesmo apaziguado pelo facto de encontrar uma verbalização que tinha andado a procurar para os sentimentos generalizados quanto ao que se passou, o choque exponencialmente aumentado por ser uma morte "live on tv" (enquanto o Pedro, nas suas próprias palavras, felizmente não viu a morte em directo, eu vi, tal como vi o que posso considerar as outras duas mortes "live on tv" mais importantes do meu tempo de vida: Ayrton Senna e 11 de Setembro); uma experiência partilhada "in loco" por milhares e na televisão por milhões; o quase pânico pela evidência do que pode acontecer a um desportista de 24 anos, quanto mais a quem leva vidas relativamente longe do conceito do "desportista saudável"; o reencontro com experiências semelhantes, pessoais ou próximas; as reflexões existenciais sobre o quanto realmente vale o que se anda a fazer por cá...
No entanto, a vida continua do lado de cá (porque tem de continuar) enquanto estivermos do lado de cá, já que a passagem para o outro lado está garantida. Como o Fehér foi ontem. Como tanta gente também foi. Só que não "live on tv".

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