1.7.05

Pensamento do dia

Não me tomo por preconceituoso, tento não julgar ninguém na medida em que isto é humanamente possível. tento não criar ideias erradas, expectativas ou ilusões...contudo desde à anos para cá que tinha uma certa embirração com o nosso vizinho mais próximo...fã incondicional da sociedade nórdica sempre achei que mais olhos fechados que aqui no nosso cantinho só mesmo do outro lado da fronteira.. De facto continua a ser tipicamente ibérico viver em função do que se passa na casa dos outros... por diversas vezes expressei aqui a minha indignação pela forma como o estado se intromete na vida privada das pessoas e tenta condicionar os seus costumes e experiências de vida. Um estado não o é em termos abstractos se continuar a viver aliado às posições de um grupo mesmo que seja o maioritário desprezando os restantes elementos que o compõe. Mas são estas pessoas que compõe o estado bem como a sua vontade inabalável de determinar a vida dos outros como se daí viesse algum mal para si próprio.Só me faz sentido um estado que seja laico, separado de qualquer posição individual e de ideais que não se baseiem na liberdade total e individual de todo e qualquer elemento da sociedade.... Contudo hoje vi o parlamento do estado a quem eu considerava com uma dificuldade enorme em abrir os olhos ao mundo e aos tempos a aprovar uma lei que promove finalmente a igualdade de direitos entre todas as pessoas independentemente da sua preferência sexual ... não sou homossexual ,não sou espanhol, não sou melhor nem sou pior, não sou igual nem sou diferente e por isso senti hoje que se tinha dado mais um pequeno passo rumo à justiça, a essa liberdade e igualdade na sociedade. Foi apenas mais um pequeno passo de uma caminhada iniciada em França no século XVIII mas o certo é que não foi dado cá mas sim do outro lado da fronteira. Daquele lado que eu desprezava pelo seu conservadorismo natural de um estado absolutamente católico e monárquico. Por cá ainda faz confusão a muitas cabeças discutir a despenalização do aborto, quanto mais falar em igualdade de casamentos.. A maioria parlamentar é de esquerda mas nem por isso se tenta iniciar este processo que mais dia menos dia é irreversível...aliás não foi iniciada anteriomente como sempre com o medo do voto popular que continua a condicionar toda e qualquer decisão de quem se preze de governar...ahh e é claro que surgiriam os movimentos da vida e da familia e já agora das mães de Bragança para continuar a impingir a ideia de que o seu modelo de vida (e meu também),em que grande parte das vezes nem sequer se revêm, continue a moldar a sociedade. Com eles sim sou intolerante e até extremista mas como já disse era humanamente impossível ser doutra forma...enquanto alguém me tentar convencer que tem alguma coisa a ver com o que se passa na casa do vizinho do lado não consigo ser doutra forma.

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