16.11.07

Pink Bullets

Nunca se consegue mentir à própria almofada. Podia tentar fazer conversa com a minha sobre mais quatro minutos de pânico em cima dum palco, joelhos a tremer como há três anos por esta altura, uma saída em grande, elogios de onde eu menos esperava que viessem mas que massajam bastante uma parte do ego. No entanto, só lhe consegui chorar em cima.

Hoje dei comigo no cimo duma falésia, a um minuto dos Jardins da Parede, a um metro de ir tomar um copo com o João (onde quer que ele tenha marcado mesa do outro lado), com o telemóvel na mão e uma mensagem para o meu anjo-da-guarda em NY. Arrepiou-me a proximidade tão distante a que estou neste momento de três pessoas que adoro profundamente. Ao fim de um cigarro, voltei para casa. Não quero ver ninguém, nem quero que me vejam neste estado.

Ontem a porta que dá acesso da garagem do meu prédio para o elevador ensinou-me uma coisa muito importante: se a fechar com jeito, ela fica fechada; se a atirar com toda a raiva que tenho acumulada, ela bate mas volta para trás e fica aberta. Já me disseram várias vezes que isso resulta também com pessoas, principalmente a parte de atirar com força. Mas eu sou "sensível", e as pessoas sensíveis normalmente fazem o papel de porta.

Quando escrevo o título dum post, aparece o código "strong". Se houvesse como hipótese "weak", eu dava-lhe muito mais uso.

1 comentário:

Alex disse...

Além de mim, quais são as outras duas pessoas? ;P