Quando este blog começou ainda nenhum de nós aparecia na imprensa escrita. terumblogegay@gmail.com
26.12.08
24.12.08
Soul rehab. Há clínicas? Queria que os milhões de coisas bonitas que escrevo e digo e faço não pesassem menos do que uma coisa que tenha dito por estar revoltado. Comprar esperança onde quer que ela seja vendida. De algum dia vir a ser minimamente importante para alguém. Durante mais de uma semana. Game over. Score: zero. Há tanto tempo...
Nunca sabes o que o amanhã te traz. Tanto pode ser um balde de merda de elefante pela cabeça abaixo, como pode ser um balde de merda de outro animal qualquer. Vai passar. Daqui a quinhentos anos vais ver que até te ris desta história toda.
20.12.08
12.12.08
Se quiserem que um gajo entre em writer's block, dêem-lhe um moleskine. De repente tenho três e a última coisa que me apetece fazer é escrever. O que pode ser bom sinal. Já se sabe que quando estou na merda venho logo para aqui carpir as mágoas. Ontem passei mais horas dentro de um casino do que qualquer jogador (por muito viciado que seja) pode passar num dia. É Natal é natal e eu quero fugir daqui. To be where there's life. Depois de amanhã penso nisso, que amanhã a malta apresenta ao mundo o que me salvou a vida. The world won't listen, though. Estão mais entretidos com os contemporâneos e nauseabundices afins.
25.11.08
Judeus neonazis condenados por atacarem homossexuais, imigrantes e judeus em Israel.
(Fonte: Público 24/11/2008)
Expliquem-me como se eu fosse muito estúpido. Mas mesmo muito, porque só assim é que sou capaz de entender. Como é que pode haver pessoas assim? Não gostavam de história? Não eram bons alunos? Nunca deram a história da Europa? Não têm instrução? Também batiam nos professores? Os professores passavam mais tempo a fazer queixinhas da reforma educativa, do que a ensinar os alunos?
As duas primeiras palavras da notícia, nunca, jamais um dia, nem nos meus sonhos, imaginei que estariam juntas. Não faz sentido. Não é suposto. Só porque os outros elegeram um Presidente negro, o mudo fica logo todo ao contrário? Agora tudo é justificável!!
Bater em imigrantes e judeus, é que já vai bater um bocado na mesma tecla. Imigrantes já eles são, e judeus... Bom, parece que também, mas pouco. Cá para mim não passa de violência doméstica.
24.11.08
Já tinhas saudades dum abracinho daqueles. E do "eu só te faço mal, devíamos deixar de falar", não tinhas? Já devias saber que vêm em pacotes. Há um ano que um não vem sem o outro. Vai morrer longe, tu e os teus idealismos ultra-românticos. Vives pela espada, levas um tiro que te fodes. Mais giro ainda, o ricochete dos tiros todos que ela vai dando na boca. Conhecias a F-Bomb? Engoliste tantas dessas que na volta foi isso que te rebentou com o pâncreas. F for "friend". A curiosidade matou o gato, e tu feito cachorrinho estás engasgado-à-beira-da-asfixia e sem dormir a esta hora. Sim, foi a ver o jPod. Vai cagar. Manda lá mais uma mensagem digna dum Nobel, que se for boa ela no mínimo fica a desejar que fosse o palhaço por quem te trocou a mandar. No máximo reencaminha para ele. Cool your boots, os casalinhos que passam por ti na rua de mão dada não estão nada a fazer de propósito só gozar contigo. E os que estão aos beijinhos não é para lhes dares um tiro. Encara isto como o teu trajecto de samurai. No fim ganhas uma espada com o teu nome para fazeres um lindo seppuku. Até tens andado mais bem-dispostinho ultimamente...
16.11.08
5.11.08
4.11.08
27.10.08
25.10.08
(...) a bit dull — marriage material. I think they figure that with types like me they can return later, after they've been for a spin around the block. (...) [They] think they can go out and have all the of fun in the world and then come home to some schmuck like me (...)
Douglas Coupland - Shampoo Planet (pág.39)
23.10.08
21.10.08
7.10.08
Andrew Loog Oldham: pelas piadinhas de merda na entrevista à Q sobre os Verve e o Bittersweet Symphony também podia juntar-se ao Rui Patrício e ir ordenhar um porco.
Eavis family: por terem recusado um concerto dos Pink Floyd na edição deste ano de Glastonbury. Preferiram o Jay Z. Espertos...
6.10.08
O antigo guarda-redes dinamarquês do Sporting, o lendário Peter Schmeichel, estreia-se este domingo como apresentador da série intitulada "Trabalho sujo" do Discovery Channel.
Como o nome indica, estes programas são dedicados às profissões mais difíceis da Europa, sendo que estas novas seis emissões estão adstritas aos trabalhos e indústrias menos conhecidas do velho Continente.
Todas as semanas o ex-futebolista será o guia do canal por cabo, partindo numa incursão por novos lugares. Neste contexto, junta-se literalmente a profissionais como taxidermistas, criadores de porcos, limpadores de esgotos, ou tratadores de lixo nas suas árduas e pouco invejadas tarefas.
Durante seis semanas, aos domingos, pelas 20.20 horas, poder-se-á acomapanhar Schmeichel nas suas aventuras por países como Dinamarca, Polónia, Holanda e Bélgica, França, Rússia e Itália.
(in JN)
Por mim, se me propusessem uma troca do tipo Schmeichel de volta à baliza do Sporting (mesmo com quase 50 anos) e mandar o Rui Patrício bater punhetas a porcos, não pensava duas vezes.
2.10.08
Ao ver os efeitos do iTunes ponho-me a pensar: "Como é que uma fórmula matemática (que dizem ser uma ciência exacta), cria um cálculo aleatório para produzir um efeito visual?"
Será que ando a trabalhar de mais? Ou porque tenho tempo para pensar nestas coisas, é exactamente o contrário?
28.9.08
Tenho uma vida óptima, não acredito no amor. Quer dizer, eu acredito no amor. Aquele que as mulheres sentem por mim. Não sou amigo de nenhuma, amigo é quem atura TPM. Eu não aturo TPM, ela tem amigos de óculos para isso.
Chegar aos 26 sem namorada não só é natural, como é um estilo de vida. A culpa, claro, não é delas. Se dependesse delas eu já estaria gordo, com uma cerveja na barriga, a atuar remungos, tendo de assistir telenovelas para encontrar assunto.
Eu não sou dos rapazes mais lindos, mas isso pouco importa. Dinheiro também não importa, mal tenho para a passagem do autocarro. Mas tenho atitude, e é isso que elas tanto procuram. E nunca se compra representes às raparigas, sem ter recebido um maior e mais caro antes.
Se aparecer com cabelo branco, está tudo terminado.
O tempo cura todas as feridas. E não ganhas nada de raparigas.
* exercício de estilo puramente ficcional
26.9.08
Vive sóbrio. Pensa saudável. Vai finalmente conhecer o inimigo. Dá-lhe um abraço, já agora. Sê o melhor amigo da mulher com quem sonhas passar o resto da vida. Sê a melhor amiga dela também. Contempla o primeiro cabelo branco com um sorriso nos lábios, o mesmo sorriso com que vês o resto da tua juventude a fugir e tu sem nunca teres tido ninguém com quem partilhá-la. Continua a acreditar em contos de fadas. Mesmo sabendo que isso não existe. Não para ti. Pensa que chegar aos 26 sem namorada é normal, como foi aos 20, e vai ser aos 30, 40, por aí fora. Ou não. Há por aí tanto camafeu a quem tu serves perfeitamente. Que é o que tu mereces. Achas que o problema é teu? Ela é que é estúpida. Mas tu és lindo. Inteligente. Encantador. Por isso mesmo é que nunca ninguém te pegou. Tenta um dia ir às putas. Vê como até elas dizem que de repente tiveram uma chamada divina e têm que ir a correr internar-se num convento no Bangladesh. Já agora, dá-lhes boleia para o aeroporto. Reprime a sede de sangue ao imaginares o feliz casalinho quando "estão juntos". Ela com o perfume que tu descobriste apenas e só para ela. Ele a lambuzar-se no perfume e em tudo o resto. Pede a Deus-Nosso-Senhor uma supermodelo da próxima vez. Já que não vais ter nada na mesma, ao menos estica-te a pedir. Deixa de gostar de música. E muda de emprego, também. Ou então torna-te fã de doom-metal, ou folclore do Burkina Faso. Volta a Nova Iorque. Ganhaste tanta coisa sempre que lá foste. Acolhe toda a merda que fizeste e o arrependimento subsequente como um velho amigo que te salvou a vida. És um amor. Mas nunca o terás. Relaxa. Tens uma vida óptima.
17.9.08
16.9.08
Chegar a NY, descarregar a mala e sair a correr para ver os Kooks na Apple Store do SoHo. Regresso a casa com mail da Ticketmaster na caixa a dizer que por um erro deles os meus bilhetes para ver Oasis tinham sido cancelados. Desespero. Com meia dúzia de ameaças ao longo de 48 horas, são-me devolvidos, cerca de cinco minutos antes do anúncio oficial do cancelamento do concerto. Se não estivesse tão habituado a ter que lidar com desilusões monstruosas, matava alguém. Prémio de consolação: dois concertos fabulosos do Paul Weller, o segundo numa sala pouco maior que o Alquimista, com a cereja no topo do mal menor Come On/Let's Go aos saltos com o Liam, a berrarmos a letra na tromba um do outro. Saída para uma festa de couchsurfing. Um gajo que diz que consegue definir todos os momentos da vida por canções dos Radiohead desaparece com uma miúda que fala de Bright Eyes e Death Cab for Cutie. No zodíaco musical estas duas espécies estão destinadas a one-night stands sem significado para a parte feminina da questão.. De repente são 6 da manhã e eu e o meu novo melhor amigo dessa noite, um francês que ia comprar uma Les Paul de 68, estamos a tocar Black Rebel Motorcycle Club e Libertines num pátio com mais 30 pessoas e os vizinhos ameaçam chamar a polícia. Boredom killer: subir pelas escadas de emergência dum prédio de 20 andares para ver o nascer do sol.
Ressaca de diversão: a sensação que se segue a uma noite anormalmente divertida. Caracteriza-se por um estado semi-depressivo alimentado por pensamentos do tipo "isto foi das noites mais memoráveis da minha vida. Durante meses (ANOS!) não me vou voltar a divertir assim! Que merda!"
Outras notas de destaque: um clube chamado Lit, um buraco de 2 andares com malta à la Lux, onde passa desde Radiohead a Bonnie Tyler, passando por Smiths (Stop Me If You Think You've Heard This One Before, the "soulmate" song), The Cure e Television. À saída passar na Apple Store para arranjar o iPhone às 5 da manhã. The city that never sleeps, eh? No dia seguinte alugar uma bicicleta e tentar voltar a andar, 9 anos depois, logo pela 5a Avenida e Broadway abaixo. Sem capacete. Sem amor à vida. Sem preocupações de destaque. Raro. Fantástico. Central Park South com o trânsito encalacrado, carros parados, pessoas a ocupar 2 faixas de rodagem, polícia, câmaras de televisão. A Céline Dion a sair dum hotel. Get a life y'all! À noite house-party dum amigo duma amiga que é o melhor amigo do ex dela. São todos bailarinos, um deles é igual ao gajo dos Scissor Sisters. A noite acaba com metade dos convidados a dançar o Lago dos Cisnes ao som de Sonic Youth e afins, a outra metade já com as mãos por dentro das calças uns dos outros, ex-namorado da minha amiga incluído. Hora de fugir. Para o outro lado do oceano, onde desta vez não perdi ninguém. Para variar. Também não tinha para perder, diga-se.
5.9.08
3.9.08
Hoje tive uma conversa. Uma história sobre uma espinha encravada em duas gargantas. Há quarenta anos. As mulheres têm a arte de matar de sofrimento os homens que só as querem fazer felizes, o que leva os homens a terem que se contentar com menos. Às vezes durante toda uma vida. E alimentar uma esperança semi-secreta de que nunca seja tarde demais. Cada um segue o seu caminho, ambos vivem e casam com quem não amam da mesma maneira, e têm filhos e se calhar projectam neles o amor que guardaram numa arrecadação mental sombria por não terem podido dá-lo a quem realmente deviam. Sim, as mulheres em questão também...talvez por uma questão de justiça kármica, de devolução da frustração induzida outrora. E a cada reencontro que a vida proporciona, chocalham os alicerces de gente já crescida, fazem-se jogos e testes à expugnabilidade das circunstâncias. O amor negado é provavelmente o animal de estimação de maior longevidade. Uma solidão que acompanha talvez eternamente. Procura-se reconforto em outros lugares. Talvez se encontre, mas entre o reconforto e o conforto vai a distância de um mal menor a uma perfeição.
Egoismo? Masoquismo? Irreversível?
Há dias disse por escrito o que sussurro a um microfone de telemóvel no segundo em que uma chamada termina. Tantas vezes que já perdi a conta. Fugi ao acabar de escrevê-lo. Enviei uma letra duma canção por mensagem. Tive como resposta "estava a ouvir isso". Grande Ordem Cósmica for beginners, aqui está um exemplo inequívoco.
Mas a perspectiva de quarenta anos, comparada com os meus nove meses aliviam o peso do fardo. Um aleijado sente-se melhor quando vê ou ouve falar de alguém mais aleijado ainda. Outro factor igualmente abominável da natureza humana. Ainda vou a tempo de viver alguma coisa, casar com alguém que não ame só pelo medo de nem sequer poder ficar para tio, aparentar uma certa felicidade, ser bom naquilo que faço e espremer toda a satisfação que isso me possa dar. Sorvê-la avidamente até que me faça esquecer um vazio. Até que me anestesie a dor de uma espinha encravada na garganta. Uma faca espetada no coração.
31.8.08
29.8.08
Esta vai passar a ser uma expressão comum, na vida dos Nova Iorquinos,
especialmente aqueles que se atrevem a andar de bicicleta. A história
é fácil, artista/designer, re-inventa as barras para prender as
bicicletas. Caso queiram ver as outras, é seguir o link.
Prático não é?
28.8.08
18.8.08
8.8.08
Um ano. Senti mais do que muita gente sente numa vida inteira.
A esperança irracional contra tudo o que dizia "não chegas lá acima", porque tinha a certeza que no cimo da montanha estava tudo o que sonhei. Só isso fazia valer a pena a escalada e esquecer as pequenas quedas e mazelas ao longo da subida.
A descoberta de que tinha um coração, ou qualquer coisa que me queria saltar fora do peito ao ouvir a voz, ler uma mensagem, ouvir certas canções, saber que do outro lado também havia alguém para quem o significado da vida poderia estar escondido algures numa canção lamechas.
"Soulmate."
As noites em que o Universo tinha um centímetro a mais, e isso correspondia a quedas em abismos, mas continuava a haver uma escalada por fazer.
O dia em que a expansão do Universo se inverteu à porta do Beer Hunter, o tal centímetro a mais desapareceu e o pico da montanha ficou à distância de só mais um beijo.
"Bastard!"
"Déjà vu?"
"A Grande Ordem Cósmica não podia ser em vão."
A escolha de apanhar um avião para chegar ao pico, e a subsequente queda, sem direito a "parachute". Os ossos todos partidos, a falha de órgãos vitais, primeiro o coração, depois o cérebro.
Um ano.
Já sem gesso, reparo que ainda tenho vestido o equipamento de escalada.
5.8.08
Dois membros deste blog foram a Paredes de Coura. Até o pseudo-punk dos dois saiu do pseudo-moshpit dos Sex Pistols a exclamar "fraude!", portanto nem me dou ao trabalho de dizer mais nada que não seja gasolina para a fogueira. Vi o fantasma da Rainha-Mãe a fazer de Johnny Rotten. Uma velhinha querida a esforçar-se por parecer um punk semi-enresinado, que dispara uns fucks e uns shits em direcção ao técnico de monição para cumprir a quota de vernáculo obrigatória. Invasão de palco e o punkmeister-gone-granny põe voz de professora primária e exclama "respeeeeeeect! always respeeeeeeeeeeeeect!" Coninhas is the new punk?!
E se no dia dos Sex Pistols o concerto que mais me fez bater o pé (e esse foi o pico musical de emoção na 5ª) foram os X-Wife, dá para ter uma ideia da medianidade da coisa...
E se alguém disser que eu saltei e dancei durante cerca de três horas na 6ª, eu atiço os cães. Rakes com um set de quem assume que meteu a pata na argola com o segundo álbum: tocaram o primeiro quase na íntegra. E foi do caraças. Cantor com a cara do Tim Wheeler dos Ash, fisionomia do Jarvis Cocker e tiques de quem está com pressa de sair dali a correr para o Trumps. I came here for the music anyway.
Os Editors estão cada vez mais competentes, cada vez mais stadium-friendly, cada vez mais Coldplay (agora que os Coldplay estão cada vez mais U2), cada vez mais enfadonhos. Next!
Primal Scream. Terceira vez que os vejo. Mauzinho q.b. na primeira parte dos Stones em Coimbra, empolgante no palco secundário do Hyde Park Calling há dois anos. Outra vez ao ar livre, o que sairá dali? Saiu uma tareia monumental. Do Jailbird, Rocks e Movin' On Up dos primórdios cada vez mais a rasgar até ao novo álbum (o álbum pop?), com escala na rave Swastika Eyes e Shoot Speed/Kill Light. Bónus adicional I'm Losing More Than I'll Ever Have, desenterrado dos confins do raio que os parta, de joelhos mas a flutuar dois ou três palmos acima do chão. Já pude abandonar o festival sem dar o dinheiro como mal-gasto. Encore? Mas qual encore? O Mani está cheio de sede!
30.7.08
21.7.08
Estou bem. Desde que não tenha que pensar. Nem ver. Nem sentir. Maybe there's a god above but all I ever learned from love is how to shoot at someone who outdrew you. Boa política, keep it up. Já tenho mais duas ou três coisas para contar aos netos que não irei ter, se os gajos quiserem saber que eu vi o Bob Dylan e está visto, vi o Neil Young e foi dos melhores concertos da minha vida com direito a cover de Beatles e seis cordas estraçalhadas, vi o Leonard Cohen e passei três horas com pele de galinha à pala dum cabrão dum velho de 73 anos que inicialmente só fui ver por achar que o gajo definha primeiro que eu e agora já não tenho a certeza. E vi os Spiritualized e fiquei contente por não fazerem o concerto que eu queria que tivessem feito. O trabalho continua a libertar, e soa cada vez melhor, e qualquer pessoa no seu perfeito juízo quereria fazer isto todos os dias para o resto da vida, que um dia passado em casa é um dia de paranóia e de qualquer maneira não há cá ninguém à espera. Seis dias no Canadá sem telemóvel foram uma maravilha, mas comprei um cartão lá e fiz merda na mesma. Livrei-me de um mal sem ir para a clínica mas não me livro do outro sem ir à bruxa. Claro que estou bem, que raio de pergunta essa...
7.7.08
"It reminded me how great we were together and how much unfinished business there is. As to whether we could get back together, it's a big 'Maybe'. It's a question that follows me around constantly. Some schoolkid will ask, 'When are you getting back together?' I'm thinking, 'Do you really think this is something I haven't given a lot of thought to?'"
A) Carl Barat sobre os Libertines
ou
B) Eu sobre...aah, nevermind.
29.6.08
21.6.08
20.6.08
10.6.08
7.6.08
2.6.08
Amanhã começo a fazer algo que me faz ficar feliz por estar aqui, depois de tudo o que aconteceu dentro e fora da minha cabeça nos últimos meses. Não sei se será histórico para alguém além de mim, mas vou atirar-me como se a minha vida dependesse disto. No fundo depende...não sei fazer mesmo mais nada.
30.5.08
Contando com os Europe e com os Scorpions e tudo o mais. Mas fica a boa vontade. Não envies mais nada ;) Obrigado.
- Estou a curtir... é barroco mas faz-me lembrar os LP's do Paul Mauriat que o meu pai ouvia :-)
Conclusões a tirar: Não voltar a mandar músicas a pessoas que penso que vão gostar, ou mostrar interesse por ser algo diferente. Accounts pelos vistos têm uma faceta muito diferente por baixo do fato que usam todos os dias.
28.5.08
22.5.08
17.5.08
Daqui a um par de meses, bocados do meu coração vão andar espalhados entre Viena, Zurique e outro paradeiro ainda incerto. Um dos bocados vai definitivamente. Não deixa de parecer uma manobra congeminada para se verem livres de mim.
15.5.08
12.5.08
3.5.08
So now that everybody’s gone
You see no change has come
In every song you’ve ever sung
You find the words were wrong
But now the time is gonna come
And there’s no feeling lost
For everyone who could’ve loved
And made me not to love
And all the time
I thought your words were mine
You held me down
As sure as the sun
You held me down
As sure as the sun
Now I can see into your eyes
But there’s no compromise
For anyone you could have saved
But never recognized
And now your world is gonna fall
But I won’t help at all
For everyone who sees the place
Who knows they can’t belong
And all the time
I thought your words were mine
You held me down
As sure as the sun
You held me down
As sure as the sun
You’ve taken away
Much more than you gave
What keeps me down
I’m lost in a rage
No one can explain
What keeps me down
What keeps you down?
So now that everybody’s gone
You see no change has come
In every song you’ve ever sung
You find the words were wrong
And every paper that you read
You feel your spirit grieve
For everyone who’s gonna fall
The distance another leaves
And all the time
I thought your words were mine
You held me down
As sure as the sun
You held me down
As sure as the sun
You’ve taken away
Much more than you gave
What keeps me down
I’m lost in a rage
No one can explain
What keeps me down
What keeps you down?
Black Rebel Motorcycle Club - As Sure As The Sun
Ponto prévio: deixei a delicadeza nas outras calças. E o coração foi visto a bater pela última vez em 232 E 9th St, New York, NY, 10003.
Meses da minha vida, algum dinheiro e grande parte da minha saúde. Tudo perdido em prol de alguém que só quer ser o fuck-toy dum filho da puta que abusa da sorte porque sabe que a sorte dele é um saco sem fundo, e que a imbecil está apaixonadinha e volta ao próximo estalar de dedos para nova trancada. E eu ainda telefono. E ouço. Tudo. Demais. E escrevi canções, e posts, e mensagens com sentimentos demasiado puros para esta merda de filme em que me vi metido. Alguém podia ter avisado que neste guião por muito que o bonzinho goste da miúda, o cretino do caralho (que entra em cena quando tudo parece correr anormalmente bem para o bonzinho, para aumentar a densidade dramática da coisa) é que a come e caga e se fica a rir de todos. E as imagens demasiado gráficas que me perturbaram silenciosamente e roubaram horas, dias, semanas de sono. E a sensação não-catalogável de me lembrar dela e mandar mensagens que possam ter chegado a meio. Hoje senti repulsa por ter ouvido o que ouvi, o que me leva a sentir repulsa por mim próprio, por ter sentido e dito e feito e escrito tudo como o fiz e pode ser visto em parte neste blog, alguns dos casos até bem recentes. Desperdicei os meus sentimentos, apenas posso garantir em minha defesa que "everything was honest, true and from the heart" e que mais ninguém lhes sentirá o peso em cima, pelo menos enquanto me lembrar disto. Don't get me wrong, eu sou exactamente o mesmo gajo que entrou num avião para NY a 22 de Novembro, apenas mais marcado por tudo o que a vida me fez aprender da maneira mais requintadamente cruel, talvez também mais humilhado por ter que admitir até perante mim próprio que o sonho em torno do qual (e de quem) eu planeei fazer girar o Universo, foi em vão. Uma ilusão de todos os sentidos, sem uma ponta de dignidade. Dêem-me com uma pedra da calçada na nuca se me encontrarem na rua (mas não façam pontaria ao carro). Obrigado pela atenção. Amanhã decido se apago os posts mais vergonhosos deste período e voltamos à programação habitual de dizer balelas quando me/nos der na telha.
1.5.08
Tarde para finalmente ouvir uma tonelada de álbuns zipados há meses (outros há dias) no disco rígido. Suporto melhor o single novo dos Coldplay do que qualquer coisa do álbum novo dos Kooks: tanto amor, tanto "ai és tão linda, queres vir para a cama comigo? Eu sei que sim porque agora sou famoso e irresistível". Luke Pritchard get a room! But please don't write about it!
Tributo ao Sgt. Pepper por uma data de malta conhecida: tirando a óbvia preferência pela versão Oasis do "Within You, Without You", eu pensava que comia um pedregulho mais facilmente do que simpatizava com algo feito pelo Bryan Adams, mas a versão dele do "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" é das coisas mais comestíveis que lá estão. Menção honrosa igualmente para a cover Razorlight do "With a Little Help from My Friends". O segredo? Baterista a cantar, cantor sem sequer aparecer no estúdio. Way to go!
Wilder, dos Teardrop Explodes: juro que vi Smiths e Interpol e uma data de proto-shoegazing. E um gatinho. Em 1981.
28.4.08
Neste fim de semana tive o gozo de cantarolar temas do meu álbum preferido da música portuguesa (que foi editado três anos antes de eu ser nascido), à volta duma mesa, em conjunto com o cantor da banda em questão, que tinha acabado de conhecer. Mais ainda, poder despedir-me de alguém com a frase "Hás-de morrer cheio de barulhos nos intestinos" e isso ser entendido com toda a consideração com que foi dito. Não interessa a ponta dum corno, mas manteve-me razoavelmente feliz.
25.4.08
24.4.08
23.4.08
The day then degenerated into a "Thousand Dollar Day". That's what I call the kind of day where, even if you tell all the people you know "I'll give you a crisp, new thousand-dollar bill if you just give me a phone call and put me out of my misery", even still, nobody phones.
Douglas Coupland - Microserfs
18.4.08
Este amor é uma viagem tumultuosa de idas e voltas permanentes entre a sarjeta e as nuvens. Mas mesmo estando na sarjeta, estar de olhar fixo nas estrelas. Este amor são horas perdidas a desfiar impropérios contra quem tomou o meu lugar e nunca o saberá/merecerá ocupar como eu. Este amor é ouvir-te cantar e ficar com pele de galinha. Este amor é rosnar chateadinho, quando tudo o que apetece dizer é "Acorda! Eu amo-te! Ainda! Para sempre!". Este amor tem tempo para esperar, mas não quer. Apesar de não ter outra solução. Este amor é ter mentido descaradamente quando perguntaste se eu estava a chorar. Este amor tem um desejo quase mórbido de te magoar ao ponto de nunca mais me largares, como faz quem ocupa o lugar que devia ser meu. Este amor sabe que existiu, que ainda vive em mensagens guardadas em telemóveis e memórias, em músicas, em private jokes que hoje são mais ou menos censuradas. Este amor é a Grande Ordem Cósmica, o eterno bastião da minha vontade férrea de te ter ao meu lado. Este amor é uma ligação de almas como a que temos, mesmo que os corpos anseiem por outra coisa. Este amor é desejar ter um aneurisma ao saber que todas as nossas canções já não são nossas, mas tuas e de mais alguém. Este amor são os meus pesadelos, que usurparam o lugar onde anteriormente viveram os mais lindos sonhos da minha vida. Este amor é a memória da tua pele, do teu pescoço, da cicatriz por cima do teu lábio, das nossas mãos, línguas e vidas entrelaçadas. E como foi o único que senti desta maneira, tudo o que eu quero é este amor e não outro. Porque nunca outro estará à altura.
14.4.08
erro [e]
substantivo masculino
1. decisão, acto ou resposta incorrecta;
2. crença ou opinião que não corresponde à verdade;
3. ilusão;
4. juízo falso;
5. engano;
6. falta; culpa;
7. doutrina falsa;
percalço
substantivo masculino
1. lucro;
2. ganho resultante de prejuízo alheio;
3. problema característico de determinada situação, profissão ou estatuto;
4. popular contrariedade inesperada; transtorno;
descartável
adjectivo
que se deita fora após a utilização;
descartar
verbo transitivo
1. privar de;
2. despojar de;
3. livrar alguém de coisa ou pessoa importuna;
13.4.08
How dare the Premier ignore my invitations?
He'll have to go
So, too, the bunch he luncheons with
It's second on my list of things to do
At the top I'm stopping by
Your place of work and acting like
I haven't dreamed of you and I
And marriage in an orange grove
You are the only thing in any room you're ever in
I'm stubborn, selfish and too old.
I sat you down and told you how
The truest love that's ever found
Is for oneself
You pulled apart my theory
With a weary and disinterested sigh
So yes I guess I'm asking you
To back a horse that's good for glue
And nothing else
Or find a man that's truer than,
Find a man that needs you more than I
Sit with me a while
And let me listen to you talk about
Your dreams and your obsessions
I'll be quiet and confessional
The violets explode inside me
When I meet your eyes
Then I'm spinning and I'm diving
Like a cloud of starlings
Darling is this love?
Elbow - Starlings
12.4.08
9.4.08
7.4.08
5.4.08
4.4.08
Apanhei isto tudo meio de raspão na Sic Notícias, mas a seguir ao Rangers-Sporting juro que li no rodapé que o Tonel tinha pedido a ajuda do público e logo a seguir ouvi o Abel a falar em 50-50. Agora será que o Paulo Bento vai querer telefonar a um amigo para pedir ajuda caso isto para a semana vá a penalties?
1.4.08
A Xana depois de ter despachado o Zé Pedro tornou-se possivelmente na melhor cantora portuguesa. O Flak não "toca guitarra", dá palestras sobre som de guitarra (melhor colecção de efeitos em Portugal, ex-aequo com os Plastica). Quanto ao álbum propriamente dito, parece um trabalho à Trent Reznor: cria uma melodia extremamente boa, mas só uma. E repete pelos temas todos. E ao passar metade do disco já a tal melodia não parece tão extremamente boa como de início.
Até já imagino a hora de começar a assegurar a continuação da espécie de pioneiros em Marte: "és tão querido, tens uns olhos lindos, contigo era para casar, és a melhor pessoa que já conheci na vida...mas tenho que ir ali dar a volta ao planeta, fiquei de ir à procura de um marciano por quem tenho que me apaixonar. Mas tens que ser meu amigo!"
Don't hold me close, you're not the one
That I can most rely upon
But I'll be here when you are done
And maybe time will just make a sweetheart of you
Don't touch me there, your fire's too bright
And I don't care to travel light
But I'll be here when you are through
And maybe time will just make a sweetheart of you
And in the night I'll dream of you
And hope my aim is straight and true
But I'll be here when you are through
And maybe time will just make a sweetheart of you.
Spiritualized - Don't Hold Me Close
Até o chamava "anjinho de merda" se eu não fosse igual...ou tivesse sido. Espero ao menos ter sido um passatempo agradável e que a memória da minha figura de urso divirta por bastante tempo.
31.3.08
29.3.08
- Chegar vivo ao 3º;
- Comprar um bar;
- Comprar uma casa;
- Comprar uma mulher (if it's good enough for Borat, it's good enough for me);
- Learn to smile as I kill;
- Kill, actually;
- Ser menos tolerante e simpático e, basicamente, "querido";
- Gravar a merda das músicas!;
- Mandar mais gente foder-se (lembrei-me ao passar por uma televisão onde estava o Toy, que me lembre foi a última pessoa a quem o fiz);
- Reconhecer um erro ao longe, para o voltar a cometer com mais estilo;
- Love, peace and harmony: very nice very nice nery nice, but maybe in the next world;
- Fugir mais vezes;
- Voltar menos.
27.3.08
Marginal em direcção a S. Pedro. Lua cheia gigantesca a subir por trás de uma curva, por entre telhados e palmeiras. Uma canção que chegou pelo correio horas antes. Que eu queria que ouvíssemos juntos. Que dançássemos juntos. Uma canção que nunca vou enviar, não vá servir para chorares por quem elegeste para fazer da tua vida - e da minha - uma desgraça quase permanente (se tudo estiver a correr mal), ou para se comerem ao som dela (se tudo estiver apenas prestes a correr mal outra vez). Esta é uma das "nossas", só falta ter os nomes gravados. Mas vou guardá-la para mim, que agora é a minha vez de ser egoísta.
23.3.08
SEBASTIAN
I just came to say goodbye.
ANNETTE
Where are you going?
SEBASTIAN
Back to the city. I may take off to
Europe for the rest of the summer. I
just can't handle it around here.
ANNETTE
I think that's for the best.
SEBASTIAN
Good for you.
ANNETTE
Sebastian, please. I don't want us to
end on bad terms.
SEBASTIAN
Well, I'm afraid you don't have a
choice in the matter. You make me
sick. You're a hypocrite and I don't
associate with hypocrites.
Annette's eyes well up with tears.
ANNETTE
How am I a hypocrite?
SEBASTIAN
Oh please Annette. You spend all your
time preaching about waiting for love.
Well here it is. Right in front of you,
but you're going to turn your back on
it. I'm sorry that we're not at the age
where we can get married. If we were,
I'd propose, but that's not going to
happen. So I guess we're just fucked.
I'll move on, but you... you're going
to have to live with yourself knowing
you've turned your back on love. And
that makes you a hypocrite.
Sebastian heads to the door.
SEBASTIAN (cont'd)
Have a nice life.
No filme (Cruel Intentions), o gajo morre. Na vida real, casaram-se.
22.3.08
Depois de ver um documentário na Sic Notícias sobre adultério, divórcios e paixões provocados pelo Second Life, quase que fiquei tentado a entrar naquilo. À semelhança dos casos apresentados (em que as figuras no jogo são a oposição diametral das características dos respectivos jogadores na vida real), o meu boneco seria qualquer coisa como: baixo, gordo, careca, cheio de brincos, de preferência com camisolas de alças e palito ao canto da boca...e absolutamente irresistível fisicamente.
21.3.08
20.3.08
17.3.08
Sunday comes alone again
A perfect day for a quiet friend
And you, you will set it free
I see new morning round your face
Everybody says it's another phase
And now, now it's come to me
See the magic in your eyes
I see it come as no surprise
And you, you turn your eyes away
Yeah, you, you turn it all away
I guess it's true, it's never too late
Still I don't know what to do today
Oh, why can't I set you free?
Will you do the same for me?
Sunday comes and sunday goes
Sunday always seems to move so slow
To me, here she comes again
A perfect ending to a perfect day
A perfect ending, what can I say
To you, lonely sunday friend?
With you, Sunday never ends
15.3.08
Já enfiado na cama, dou conta de que lá fora, para além do coro de 5 cães, grunhe mais alto ainda o filho de mais de 500 putas do papagaio que me infernizou a vida nesta casa e cujo desaparecimento pela janela fora foi para mim um dos maiores motivos de felicidade do último ano. Eu já tinha dito que estou fodido?
Antes de ir dormir, o único pensamento que me ocorre é qualquer coisa como "Sinto-me fodido. Tão fodido. Tãããããããão solenemente fodido...". Lá vai a almofada pagar as favas das culpas alheias. A minha almofada bem que me tenta dar ensinamentos úteis: apanha porrada recorrentemente mas ainda cá está ao fim do dia. Em última análise, quem tem dificuldades de aprendizagem sou eu. Se em vez disso lhe desse perfumes e flores e chocolates e mimos, de certeza que também tinha desertado para a cabeceira de algum monte de esterco que a fizesse sentir na merda. Almofada é um substantivo feminino, ao fim de contas.
14.3.08
13.3.08
Sperm donors are to be offered free tickets to any music festival in Europe under a new initiative.
Passes to a festival of their choice will be offered to any donors in Europe who contribute to Ireland’s sperm reserves.
Irish stocks are apparently dwindling, with demand far higher than is sustainable, and donations down by 40% over the last four years.
The Sperm For Tickets initiative makes use of special donation containers and a fast courier network to offer donation via mail.
Anyone in Europe can request a donation pack, indicating which European festival they wish to attend via Spermfortickets.com.
http://www.nme.com/news/festival/35078
De repente começo a imaginar aviões para Dublin com malta mais ou menos assim:
6.3.08
Apertar o telefone com muita força contra a cara não reduz realmente a distância física para a pessoa com quem se está a falar: na melhor das hipóteses deixa um teclado marcado nas bochechas; na pior, faz pressionar uma das teclas; na ainda pior, a tecla pressionada é a vermelha e a chamada cai.
Hoje quebrei duas promessas que tinha feito a mim próprio. E andei quatro meses para trás. E tremi sem ter frio nem calor nem medo. E que se lixe, amanhã já passou e eu vou continuar a ser um tót...gajo que liga muito a letras...e desenhos. E que tem um prego no pneu do carro, mais outro no último acorde duma home demo, talvez mais um algures no tórax em vez dum órgão supostamente vital que foi bombear sangue para o raio que o parta, que aqui não há trabalho relevante para ele.
4.3.08
Easily irritated:
During this time you probably feel hurt, offended or ignored and therefore you have withdrawn into yourself, and do not allow anyone to get really close to you. At the same time, though, deep down you want to participate, enjoy life, love and be loved. Nevertheless, you should not expect too much of yourself in this respect. You probably need seclusion or a withdrawal to get over everything. In that case you should not bury yourself in your pain as that will not make things better. You will possibly find that the behavior of the other person was unintentional, and that your present situation mainly mirrors your own sensitivity.
Obrigadinho por nada, isso tinha-se avisado em Agosto...
26.2.08
Velhos amigos da casa com quem se pode contar sempre para um bom ataque de pele de galinha. Já lhes reconhecia essa habilidade desde o Powder Blue, passando mais tarde pelo Switching Off e Crawling with Idiot. Agora pariram um The Loneliness of a Tower Crane Driver que não me sai do Media Player desde que entrou pela primeira vez.
Que da próxima vez que alguém me cante nem que seja uma nota do Falling Slowly seja por que meio for, que realmente queira dizer o que está na letra. Como um amigo gosta de usar frequentemente contra mim, eu sou do tipo de cantores que leva as letras muito a sério.
25.2.08
Domingo. Lembro-me de ter insónias e de me sentir deprimido aos domingos desde os meus cinco anos. De sentir que hei-de morrer num domingo, porque é o dia mais lúgubre da semana. Nasci num domingo, será que o dia da semana em que as pessoas nascem influi tanto sobre a vida ou o destino ou a condição mental como a posição dos astros?
Não me interpretem mal, (já) não estou propriamente em estado de depressão, talvez apenas em estado contemplativo sobre a vida e as pessoas e as emoções/relações/flagelações que acontecem pelo meio de uma forma inadvertida ou nem tanto. Mas uma contemplação que por enquanto ainda é feita como quem olha de baixo para cima, como quem olha aos sete anos para o tecto do quarto e sonha com o dia em que salta e consegue lá tocar com a ponta dos dedos. Sabe à partida que faltarão outros tantos anos de vida até isso acontecer, mas vai saltando na mesma, não vá o destino apressar-se.
Ainda há poucos dias me foi dito que não posso culpar todas as quatro pessoas por quem me apaixonei na vida por não se terem apaixonado loucamente por mim. O amor é uma teoria de probabilidade cruel, qualquer coisa como 1:Universo. Resta-me então culpar um qualquer interventionist god por me ter acenado com a vela à frente da cara quando sabia de antemão que me ia deixar às escuras.
Resignação. Duvido que conheça uma palavra mais definitivamente negativa, ou negativamente definitiva. É dos sítios mais funestos para se estar, especialmente quando não há outro.
Polaroid from the dead: uma espécie de eremita urbano, barricado anos a fio dentro de casa. Berra compulsivamente "não está ninguém!" do lado de dentro da porta, mesmo que ninguém se tenha aproximado do lado de fora.
Sorrow!
Sorrow is everywhere - a bruise that never yellows and never fades, a weed that chokes the crop. Sorrow is every old person who ever died alone in a small, shitty room. Sorrow is alive in the streets and in the shopping malls. Sorrow in space stations and theme parks. In cyberspace; in the Rocky Mountains; in the Mariana Trench. All this sorrow.
Douglas Coupland - The Gum Thief.
22.2.08
18.2.08
Ou who's who com som em vez de imagem. Aceitam-se bitaites.
17.2.08
A primeira é esta.
A segunda foi qualquer coisa do género "pois, o filme do costume da suposta maturidade mal-disfarçada...caga nisso, elas eventualmente crescem".
16.2.08
Build your dreams to the stars above
But when you need someone to love
Don't go to strangers, darling, come to me
Play with fire till your fingers burn
And when there's no place for you to turn
Don't go to strangers, darling, come to me
For, when you hear a call to follow your heart
You'll follow your heart I know
I've been through it all, for I'm an old hand
And I'll understand if you go
So...
Make your mark for your friends to see
But when you need more than company
Don't go to strangers, darling, come to me
14.2.08
Ponto prévio: puta que pariu o dia de hoje.
Ontem fui ao IPO fazer uma provável última visita. A sensação de sair com toda a energia drenada, ao ponto de mal ter força para rodar a chave na ignição ao entrar no carro, é terrível. Não me acontecia desde que ia ver o João ao Egas Moniz. Tal como terrível é o pensamento no regresso a casa de que cada vez há menos gente que gosta mesmo de mim do lado de cá. E vou perder mais um. A sensação de desamparo conjugada com o meu estado mental recente. leva a um pânico irracional pelo facto de ter dores nas costelas que eu sei (quero acreditar) que foi de ter acordado ontem com o telemóvel debaixo dessa zona. Mas nessa zona é onde se começam a manifestar as minhas inseparáveis pancreatites, e vá-se lá racionalizar o pânico e a paranoia. Já arroto 3 vezes por minuto, já salto da cama para respirar fundo como deve ser e checkar se não me dói mesmo mais nada desde há cinco minutos. Vai ficar tudo bem, digo eu sabendo de antemão que não era bem de quem eu queria ouvir isto...preferia alguém em quem eu acreditasse mesmo.
8.2.08
7.2.08
Morreu pelo sonho que o fez sentir vivo. Pela mais doce ilusão da sua vida, que se lhe atravessou no caminho numa quarta-feira de Agosto e ficou por dias e noites de suposta comunhão de almas (que na realidade pouco mais seriam do que comiseração perante a sua irreversível vulgaridade). Absorveu de todos esses segundos de canções, filmes, exposições, abraços, mensagens, telefonemas, tiques, sussurros, quase-ciúmes, promessas e sonhos acordados mas nos quais se fecham os olhos, o oxigénio que lhe manteve os pulmões a funcionar, o sangue a correr nas veias e o coração a dispará-lo de uma maneira tão eufórica quanto idiota.
Inebriado por odores de Marlboro Lights e L'Instant Magic, nunca chegou realmente a aprender que no seu caso a reciprocidade combate pelo inimigo, e que lado lhe estava reservado de modo vitalício na fronteira entre "lovely" e "lovable". Por teimosia, pensou que um dia poderia ser "lovable" e, consequentemente, amado. Talvez o pior tenha sido isso mesmo, ter desafiado o terrível dote de transformar em pedra tudo aquilo que quis tocar e guardar. Encontrou o destino sob os destroços do barco a remos no qual tentou chegar a Saturno, ao nível de sonho e insanidade de um qualquer Ícaro. Em sofrimento, frustração e profundo desespero, rasgou as costelas para chegar ao coração. Numa última e definitiva prova das suas qualidades, ao tentar agarrá-lo, transformou-o em pedra. Jaz algures a um canto do meu cérebro, na vala comum para onde foi igualmente atirada a Grande Ordem Cósmica (que viveu em vão e em vão morreu, soterrada pelo primeiro dia de neve em Nova Iorque). Mas incrivelmente, o barco chegou mesmo a levantar vôo...
31.1.08
RuadaRosa136.2330.TimeforHeroes.SoSadAboutUs.Valerie.OSom&AFúria.
Maybemore.
OsMiseráveis.
24.1.08
22.1.08
3x Lexotan
1x Zoloft
Que é basicamente o que merece quem quer que acredite no encontro mútuo de duas almas feitas uma para a outra, com mais de 6 biliões de almas a habitar o planeta e todas as outras que andam a fazer turismo ou carjacking a cometas e asteróides pelo Universo fora.
21.1.08
19.1.08
Ou aprender a ter cuidado com o que se deseja. Quis tanto destruir-me durante o último mês que aparentemente estou a ter o que queria. Apenas 24 horas depois de ter deixado de desejar morrer por ter perdido a miúda da minha vida. Mas enquanto esperneei a recusar a derrota, esqueci-me da minha condição de saúde e da fragilidade relativamente a auto-flagelações. Estou a pagar tudo agora. Já só quero sair deste hospital na 2a feira e saber que ainda vou a tempo de me redimir perante mim. E que ela um dia perceba...
18.1.08
Nunca me recuperei das aulas de filosofia do décimo ano. Acabaram comigo. Aquele necessidade de descobrir a razão das coisas, o “Quem sou eu?” bullshit, sem resposta. E depois Fernando Pessoa, o intocável. “Ela canta, pobre ceifeira, julgando-se feliz talvez.” E eu queria bater na ceifeira, aquela idiota que cantava inconscientemente. Hoje eu só quero ser a ceifeira e cantar uma canção feliz - sobre amor, que nunca senti.
14.1.08
Claro que é suposto eu estar bem. Claro que é suposto isto ser para o meu bem. Claro que é suposto eu saber esperar pacientemente pelo "longo prazo" para perceber as hipotéticas vantagens de uma situação miserável a este ponto. Claro que é igualmente suposto que eu encare isto tudo com um sorriso na cara e consiga eventualmente esquecer-me de sentir e eventualmente sermos amigos desta forma. E já agora, deve ser suposto que eu pegue num barco a remos e tente chegar a Saturno...
11.1.08
Que se foda hoje e amanhã e depois e por aí fora. Que se fodam o fair-play e os bons perdedores. Que se foda o que eu penso a mais. Que se foda o novo príncipe encantado/rafeiro que ladra melhor que eu e as novas discussões e as depressões que já não têm nada a ver comigo. Que se foda o meu sorriso irónico. Que se fodam os meus sonhos. Que se fodam os anjinhos porque deles será o reino dos céus e eu devo passar pela via-verde. Que se foda eu estar a passar por ressabiado, ao menos estou a ser honesto. Que se fodam 6 horas a rebolar na cama sem conseguir dormir, com downers e murros no colchão e pontapés na parede. Que se foda a minha sanidade mental, cada vez me faz menos falta. Que se foda ter que trabalhar à borla em vez de ir a uma homenagem a um génio que morreu de cirrose. Que se foda a minha ex-banda e o respectivo clã dominante de barrigudos e 1990-para-sempre. Que se foda o déjà-vu e a Grande Ordem Cósmica. If you don't mind.
8.1.08
Ausente, calado, a dormir dias inteiros e a pedir às noites que passem depressa. Com os ouvidos e a cabeça e o leitor de cd do carro cheios das canções mais tristes que me ocorrem. Às vezes vou parar onde o carro me leva e à chegada pergunto-me que raio estou a fazer ali. Por outro lado, quando não há destino como é que se sabe onde ou quando fica exactamente a chegada? Com pena de mim próprio, com tudo o que de pejorativo tem esse sentimento (o único sentimento que me resta). Penso diariamente em mandar o cérebro para um ginásio, até ganhar a força suficiente para atirar com uma porta. Devia ter tido coragem para ganhar 20 euros há dias, nem que fosse para um dia "in the future when all's well" ou "if anything's any better than this" poder cantar "said something I did not mean to say" em penitência. Ou aprender a odiar, nem que seja temporariamente, nem que seja um ódio que não é mais do que a negação do amor. Do que implodiu em mim sem poder largar um estilhaço que fosse para fora, e deixou só um amontoado de destroços criteriosamente limitados por farrapos de pele. In the future when all's well, eu vou acordar e ver quem eu puder amar ao meu lado, ficar quieto a contemplar a imagem e agradecer à Grande Ordem Cósmica isto ter sido só um pesadelo em extended-mix.
Anteontem o frasco de vidro onde guardo uma amostra de perfume caiu ao chão. Ao fim de alguns minutos de procura desesperada, encontrei-o intacto. O vidro não é mau, o meu coração partiu-se mais facilmente.
5.1.08
Dia 8 os Babyshambles tocariam no Coliseu, os Poppers fariam a primeira parte e eu poderia presenciar isso tudo do lado do palco, com direito a good-old-knees-up/motim no backstage. Fraca adesão. Passou para o Lux. Já não há banda de primeira parte. Ontem estava confirmado...
Ontem soube pelo técnico de som que hoje haveria concerto duma banda que eu supostamente integro. Não que eu quisesse ir, de qualquer maneira até fico com mais e melhores motivos para os mandar para o caralho mais o resto da respectiva família. Ironicamente, sou eu que apareço nos frames de apresentação de um terço dos temas no Youtube...
Quando tiver uma coisa a correr agradavelmente em 2008, eu aviso...
4.1.08
- Um gajo vai cortar o cabelo a um haeroporto fashionable do Bairro Alto e depois queixa-se de que parece uma fufa (ou o Brian Molko, vai dar ao mesmo). E cada vez pensa mais seriamente em descolorar o que resta, mal por mal...já que os amigos demoram 10 segundos a reconhecer e quando o fazem é pela roupa e o Ashcroft já vai com um mês de avanço;
- Um inglês de 103 anos vai emigrar para a Nova Zelândia. Brand new start!
- Uma galeria de arte em Gateshead tem em exibição uma estátua de Jesus Cristo com uma erecção. A comunidade católica local está relutante quanto à secular tradição de ajoelhar perante o Senhor.
- Dia 8 se tudo correr bem há Babyshambles no Coliseu. Se tudo correr bastante bem há mais qualquer coisa que me vai deixar extremamente orgulhoso.
3.1.08
Assim de repente:
- Sean Lennon @ Santiago Alquimista;
- Nine Inch Nails @ Coliseu;
- Kasabian e The Who @ Royal Albert Hall;
- The Lea Shores na primeira parte de Kasabian;
- Blow Up @ Metro Club Oxford Street;
- The Who @ Pavilhão Atlântico;
- Arctic Monkeys @ Coliseu;
- Viagem de carro até Viena (e respectiva estadia);
- Cascais Mod Weekend;
- Tour + guest-spots com os Poppers;
- Jesus & Mary Chain e Interpol @ SBSR;
- Casino Estoril + Baía de Cascais com os Delfins;
- Uma quarta-feira no Lux em Agosto;
- O dia seguinte até de manhã após não ter visto Jorge Palma no Casino Estoril;
- Perceber que o meu coração ainda bate;
- Marrocos, escaldão, tentativas de homicídio por kayak e hobie-cats virados, o tapete de estrelas numa praia totalmente escura com Spiritualized no leitor de mp3 e pedidos a estrelas cadentes para não perder o que tinha acabado de encontrar;
- O reencontro no Bairro Alto em Setembro, conversa sobre o "Heaven Knows I'm Miserable Now" e o comentário "we're soulmates" que não devia ser para eu ouvir;
- Começar a acreditar na possibilidade de isso poder ser mesmo verdade;
- A Grande Ordem Cósmica existe e funciona;
- Avanços e recuos e o coração a pedir mais sem saber como nem porquê;
- Bittersweet Symphony com os Plastica;
- O corte definitivo de relações que durou 3 dias;
- European Film Festival, Control + after-party @ Lotus, David Lynch e um dia/curta-metragem para lembrar durante anos;
- Mazgani @ Fnac Chiado e um domingo como todos deviam ser;
- Madrugadas entre Outubro e Novembro, da sarjeta às nuvens e regresso em segundos;
- Radiohead - Nude;
- Madrugada de 22 de Novembro, horas antes de apanhar/quase perder de propósito o avião para NYC;
- "A Grande Ordem Cósmica não podia ser em vão";
- Mazgani - Somewhere Beneath This Sky / Song of the Old Mother / Bring Your Love;
- Douglas Coupland - The Gum Thief;
- Primeira de 2 semanas em NYC: Coliseum, Arthur's Tavern, Fat Cat, Blue Note, The Back Fence (com ida ao palco para tocar e convites para voltar), Solas e um telefonema que me atirou aos saltos para o meio da rua com táxis e temperaturas negativas (alma em ebulição compensa o choque térmico);
- Groundscrapers (wip) / Sunrise / Hey Man;
- O nevão. O ano podia ter terminado aí. A minha vontade de sair da cama terminou, pelo menos.